Depois do bispo auxiliar da Arquidiocese de Maputo, Dom Carlos Hatoa Nunes, foi a vez do Sheique Saide Habibo, também membro do Conselho de Estado do país, intervir no nosso Departamento, sexta-feira última, sobre o tema "A actual situação política de Moçambique".
Da nossa colega Olívia Chiziane: "O presente trabalho é resultado de uma pequena pesquisa sobre a exploração do trabalho infantil na cidade de Maputo, procurando compreender a relação entre o trabalho infantil e o nível de vida ou as condições sociais das crianças envolvidas neste fenómeno. A pesquisa de campo decorreu em Junho de 2009. O tema do trabalho é "Exploração do trabalho Infantil em Moçambique: O Caso do Mercado Informal do Bairro de Benfica na Cidade de Maputo". Metodologicamente, a pesquisa é qualitativa, método hipotético-dedutivo e em termos procedimentos, enveredámos pelo estudo de caso ou método monográfico. Para o alcance do nosso objecto, usámos entrevistas e observações no local, bem como pesquisa bibliográfica e documental. Eis a nossa questão: Que relações podem ser estabelecidas entre o nível de vida das famílias das crianças envolvidas e a exploração do trabalho infantil no Bairro do Benfica na cidade de Maputo, no período 2009? Como resposta antecipada, entendemos que as crianças mais desfavorecidas ou carenciadas são as que basicamente sofrem a exploração do trabalho infantil. Com base na observação e nos resultados dos inquéritos feitos no Mercado do Benfica, constatou-se que, de um modo geral, as razões que levam as crianças a serem alvos de exploração do trabalho infantil tem, muitas vezes, a ver com a necessidade de aumentar os rendimentos da família. E essa situação é frequentemente definida pelos adultos, visto que a maioria das crianças inquiridas afirmou não estara praticar o trabalho infantil por iniciativa própria, mas sim por ordem dos pais ou dos encarregados de educação que estão em situação de carência económica. Assim pudemos apurar que a nossa hipótese é válida. Aliás, mesmo na situação em que os pais são oficialmente responsáveis pelos filhos, tem sido hábito da justiça puni-los, pondo estes menores a buscar rendimento familiar através de pequenas vendas e outras formas de submissão à exploração ao trabalho infantil, conforme algumas respostas dadas pelas crianças no inquérito. Foi possível apurar que esta prática está relacionada com o contexto social em que a criança esta inserida e com o nível de renda dos seus encarregados."
A convite do nosso departamento, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Maputo, Dom Carlos Hatoa Nunes, proferiu na sexta-feira, no Centro de Estudos Africanos, uma palestra subordinada ao tema "A actual situação política de Moçambique", à qual se seguiu um animado debate. A imagem foi reproduzida com a devida vénia daqui.
"A destruição de milhares de manuscritos de valor inestimável, alguns com cerca de 300-400 anos na antiga cidade de Timbuktu do Mali por militantes em fuga é uma grande perda para África. Timbuktu, um dos patrimónios da humanidade, tem sido o lar de cerca de 300.000 manuscritos, alguns datando do século 12." - um documento a ler na íntegra aqui.
Consulte Casa Comum, um plataforma de arquivos públicos e privados (por exemplo, de Malangatana Valente Ngwenya), incluindo os do nosso país (por agora 698 trabalhos), aqui.
Depois de um pequeno período em que nos sentimos acolhidos pela vossa empatia neste blogue e considerando os poucos dias que nos separam das festividades natalícias para os cristãos e que vêm sendo celebradas também como Festa da Família, e considerando os poucos dias que nos separam para o fim do ano e início de um novo ano, a equipa gestora desta janela toma a ocasião para parabenizar a todos os nossos amigos, assíduos colaboradores (aqueles nossos amigos que nos enviaram matérias para alimentar o blogue), aos nossos leitores e a todos aqueles que nos estiveram mais próximos com suas ideias inovadoras, desejando Boas Festas de Natal - um texto do nosso chefe de Departamento, Miguel Moto, a baixar aqui.
Oito volumes da História Geral de África em português, projecto editorial da UNESCO. Descarregue aqui.
Confira um trabalho de Alpheus Manghezi com o título em epígrafe aqui. Sul-africano, o autor foi investigador do Centro de Estudos Africanos nos anos 80 do século passado.
Um clássico de Georges Balandier, a ler na íntegra em português, aqui. Fazendo uso do termo teatrocracia de Balandier, leia uma série em 17 números de Carlos Serra intitulada "Poder e representação: teatrocracia em Moçambique", aqui.
A historiadora norte-americana Jeanne Penvenne, estudiosa da nossa história, esteve há dias em Maputo e reuniu-se uma manhã com os investigadores do nosso Departamento.
Um estudo efectuado em três fábricas de vestuário por uma equipa do CEA e divulgado em 1979, consultável aqui.
O nosso colega Miguel Moto tem em curso um programa de pesquisa destinado a criar uma filosofia afro-moçambicana. Consulte dois documentos alusivos, aqui e aqui.
Parte final de um texto de Euclides André Mance (portal do autor aqui): "Mais do que um passatempo diletante, um jogo de elegantes raciocínios ou um brinquedo lingüístico, a reflexão filosófica aqui explicitada busca recuperar um sentido do verdadeiramente humano soterrado sob a negação da liberdade, sob a vivência inautêntica dos códigos de uma cultura dominante, sob a tragédia cotidiana da pobreza e da miséria das maiorias excluídas, os condenados da terra. (...) Essa talvez seja a identidade comum que podemos encontrar nessas várias reflexões africanas e latino-americanas que cultivam a coerência entre a teoria e a práxis almejando uma filosofia autêntica e ética, elemento necessário à construção de relações sociais humanizadoras, à conquista - sempre cada vez maior - da libertação pessoal e coletiva, à democratização radical da política e da cultura, à participação mais igualitária de todos na fruição da riqueza econômica." Imagem reproduzida com a devida vénia daqui.
.jpg)
Resumo de um trabalho de Achille Mbembe: "O objetivo do texto é analisar e criticar as diferentes formas com as quais se tentou construir e representar a identidade africana a partir, basicamente, de um discurso nativista, por um lado, e outro instrumentalista, da África e de seu povo. Baseado em uma interpretação crítica dos diversos essencialismos construídos em torno de uma suposta leitura pan-africana e consensual do mundo, o autor alerta para os perigos advindos da busca irrefletida de uma alteridade africana sem o devido reconhecimento das especificidades culturais, políticas e geográficas em África. Tanto o economicismo quanto a metafísica da diferença são historicismos vistos pelo autor como formas fadadas ao fracasso, tendo em vista a pluralidade de signos e contextos com as quais se tentou construir a autodeterminação e a auto-afirmação africanas ao longo do século XX."
